segunda-feira, 22 de julho de 2013

Ensaio: Tatiane Almeida

Gata em pele de lobo
Fotos: Giulianna Conte
Maquiagem: Márcia Macêdo
Cabelo: Marlete Cabelo e Pele
Roupas: Mauro Moda

Febre dos ensaios sensuais

Se num passado bem recente os ensaios fotográficos sensuais eram coisa apenas de mulheres famosas, hoje são as anônimas que dominam as redes sociais com fotos ousadas e provocantes. Criadas meio que de brincadeira ou com a finalidade de participar de concursos de beleza, as produções podem ser vistas por qualquer um na internet. Selecionamos alguns ensaios de mulheres rio-verdenses que mais acumularam “curtidas” no Face.

BIA SOUZA - Fascinada por fotografia desde criança, a empresária Bia Souza se deixou clicar por Samuel Felipe em um ensaio pra lá de sensual. Segundo ela, foi uma experiência muito divertida. “A foto é, antes de tudo, um testemunho.”
Foto: Samuel Felipe

ELLEN NASCIMENTO
Foto: Cledson Matias

MARCELLA CARRIJO
Foto: Amanda Fabricia

BARBARA ALVES
Foto: Bruno Vilela

JACQUELINE COSTA
Foto: Ângela Aysha

Confraria: Cervejas especiais

Preservando receitas antigas ou investindo em sabores exóticos, as cervejas especiais ganham adeptos
Com um crescimento anual de 15% no Brasil, as cervejas especiais chegaram para ficar no mercado. Utilizando matérias primas de melhor qualidade do que as cervejas comerciais mais populares, com nenhum ou poucos aditivos químicos, ou ainda preservando receitas antigas e tradicionais, elas conquistam um público cada vez maior que deseja sair da mesmice quando o assunto é cerveja.
Importadas ou nacionais artesanais, podem ser consideradas cervejas especiais aquelas produzidas com alguma diferenciação do estilo Pale Lager, as mais populares no Brasil. Mesmo utilizando equipamentos modernos e engarrafando suas produções, muitas micro-cervejarias são consideradas artesanais pelos cuidados, que vão desde os ingredientes básicos, passando pela receita de preparo e chegando até aos conservantes finais, que devem ser naturais e não químicos. 
Considerada uma das cervejas “mais fortes” do mundo em larga produção, a francesa Belzebuth Extra Forte chama a atenção pelo elevado teor alcoólico (13,00%), que se faz presente tanto no aroma quanto no sabor. Existem outras cervejas com graduação alcoólica maior do que a Belzebuth, mas com produção limitadíssima e preços proibitivos. Para comemorar os 25 anos de uma das maiores bandas de heavy metal do planeta, a Cervejaria Bamberg lançou o rótulo Sepultura Weiss. Disponível em garrafa 600 ml, ela possui aroma e sabores de banana e cravo.
De origem inglesa, a exótica Robinson’s Old Tom Chocolate faz sucesso entre as mulheres. Excelente com sobremesas e sorvetes, esta cerveja é produzida com maltes de cevada e barras de chocolate da Simon Dunn. Outra opção interessante é a belga Delirium Tremens. Com teor alcoólico de 8,5 % vol, ela já chama a atenção pela embalagem que parece porcelana e cuja marca é um elefante rosa. Considerada uma das melhores cervejas do mundo, tem um aroma frutado e forte presença de banana. O sabor tem presença marcante do malte. 

Guia dos restaurantes por quilo

Qualidade vai além da balança

Os restaurantes por quilo se espalharam pela cidade para satisfazer um público que deseja pagar exatamente a quantidade que consome e geralmente não está com tempo para fazer um pedido e esperar até que a comida fique pronta. A King almoçou nas principais opções desse ramo em Rio Verde e concluiu que a qualidade de um restaurante não está apenas no preço cobrado na balança. É preciso ter eficiência no serviço, ambiente agradável, bom atendimento, conforto e boa higiene. Observamos, por exemplo, se existe reposição dos pratos, alimentos supercozidos ou travessas remexidas e descompostas. Confira o resultado dessa aventura gastronômica:

Cerrado Goiano
Embora o preço cobrado aos finais de semana seja o mais caro da cidade, o restaurante está longe de ser a melhor opção do segmento. A começar pela lentidão na reposição das travessas. A qualidade do churrasco também despenca a partir de um certo horário. Quem almoça cedo, no entanto, pode saborear o camarão na abóbora, mas é preciso ser rápido. O atendimento deixa muito a desejar.
Preço por quilo: R$ 29,90 (segunda à sexta). R$ 36,90 (sábado e domingo).
Av. Presidente Vargas, 3592. Vila Maria.

Churrascaria Panelão
Uma das melhores opções a la carte, o Panelão não mantém a mesma qualidade quando o assunto é comida por quilo. O atendimento e o ambiente são ótimos, mas o bufê não se compara às possibilidades do cardápio. Faltam opções e a reposição deixa a desejar. Para um casal que não está com pressa, por exemplo, é mais vantajoso pedir um item do cardápio, como o filé a parmegiana ou o peixe assado no espeto. A sala com brinquedos é de grande valia para quem leva crianças.
Preço por quilo: R$29,90 (segunda à sexta).
Rua Rozulino Ferreira, 786. Centro.

Seu João Restaurante
Os clientes que chegam para almoçar no Seu João logo que as portas são abertas podem ficar encantados com a variedade e opções de carnes, peixes, massas e saladas. Quem chega depois de 12h30 já encontra um clima de fim de festa. A reposição é morosa. Outro ponto negativo são as acomodações: pouco espaço e cadeiras desconfortáveis. Pouca aconselhável para quem está com crianças.
Preço por quilo: R$ 28,90 (segunda à sexta). R$ 32,99 (sábado e domingo).
Rua Itagiba Gonzaga Jaime, 1551. Centro. 

Porkinho Grill
O ponto forte é a variedade. Além de boas opções de churrasco,  tem alternativas interessantes, como frutos do mar e massas. Nos finais de semana é possível encontrar até bobó de camarão, lagosta e um bem preparado salmão. A cerveja e o chope estão sempre geladíssimos. 
Preço por quilo: R$ 29,90 (segunda à sexta). R$ 37,90 (sábado e domingo).
À vontade: R$ 19,90 (segunda à sexta). R$ 23,90 (sábado e domingo)
Avenida Pedro Ludovico Teixeira, 989. Parque Bandeirantes. 

Colher de Pau
A comida é basicamente a mesma todos os dias. O bufê é bastante restrito e o churrasco não empolga, especialmente a “picanha”. Também falta comodidade para quem está acompanhado de crianças e conforto nas mesas. É preciso ter paciência de monge budista para enfrentar a lentidão da fila do churrasco ou repetir o prato. É uma opção interessante, no entanto, para quem gosta do tradicional arroz com pequi goiano.
Preço por quilo: R$ 29,90 (todos os dias).
Rua Itagiba Gonzaga Jaime, 1821. Centro. 

Restaurante Sertanejo
A carne assada é muito boa, mas é preciso ter tempo de sobra pra aguardar na fila. Contudo, oferece boas opções de saladas e alguns tipos de massas. As mesas e cadeiras rústicas de madeira na entrada são uma boa pedida para quem gosta de tomar uma cerveja gelada para abrir o apetite. Para quem é bom de garfo vale a pena pagar para comer à vontade. 
Preço por quilo: R$ 25,90 (segunda à sexta). R$ 27,90 (sábado e domingo). À vontade: R$ 17,90 (segunda à sexta). R$ 19,90 (sábado e domingo). 
Rua Costa Gomes, 355. Centro. 

Raro Grill
Sem dúvida o melhor custo-benefício da cidade. São mais de 10 tipos de saladas, massas diversificadas e carnes muito saborosas. Também vale a pena provar as opções de sobremesa. O ambiente é sofisticado e proporciona um clima bastante agradável. Impossível não destacar a qualidade do atendimento. O Raro ainda oferece estacionamento. Os pratos a la carte podem parecer sedutores, mas ao contrário do que os preços sugerem, servem apenas uma pessoa.
Preço por quilo: R$ 32,00 (terça à sexta).
Praça de Matriz. Centro. 

Coma Bem
Pode ser uma boa alternativa para quem gosta de massas. O cliente pode escolher o tipo de massa que deseja e combinar com vários ingredientes ao seu gosto e ver sua refeição ser preparada na sua frente. O ponto fraco é a reposição. Depois de um certo horário, o cliente pode encontrar travessas descompostas e poucas alternativas. As cadeiras de plástico e as mesas de alumínio não são convidativas para um bate-papo depois da refeição.
Preço por quilo: R$ 29,99 (segunda à segunda).
Rua Rui Barbosa, 663. Centro. 

Pitadella
Ideal para quem deseja uma refeição rápida e prática. Para quem é bom de garfo, vale a pena pagar R$ 15,90 para comer à vontade, devido principalmente à boa qualidade dos tipos de carne servidos todos os dias. A comida é simples e não grandes surpresas, mas bem temperada e com variedade satisfatória de saladas. É bom também para quem come pouco e não está disposto a desembolsar muito dinheiro.
Preço por quilo: R$ 26,90 (segunda a sábado)
À vontade: R$ 15,90.
Rua Augusta Bastos, 560. Centro. 

Entrevista: Nasi

A opinião do roqueiro sobre os novos ídolos da cena musical brasileira, militância política, drogas e o dia em que veio parar por engano na cidade e quase sofreu um acidente.
Foto: Patrícia Barcelos

Uma das figuras mais controversas do Rock Nacional, Nasi recebeu a Revista King cerca de uma hora antes de subir ao palco montado no salão do Megaplace, em Rio Verde. Com uma garrafa de Jack Daniels e um maço de Marlboro vermelho sobre a mesa, ele contou aos editores Fernando Machado e Thiago Pereira como foi a peripécia de parar por engano na cidade uma vez e destilou toda sua ira sobre os novos ídolos da música brasileira. 

King - O rock sempre esteve ligado à con- tracultura e rebeldia. Ainda existe espaço para o questionamento no mundo do politicamente correto?
Nasi - O mundo está muito corporativista. Acho que podemos até fazer uma ligação com o futebol. Cada vez menos você tem jogadores como Romário, Vampeta ou Sócrates, que metiam o dedo na ferida e falavam a verdade. Agora é “o professor está certo” ou “eu vou cumprir o meu contrato.” Assim como no futebol, existem grandes corporações por trás dos artistas. Os patrocínios ligados ao marketing precisam ditar um padrão de comportamento que possa ser agregado ao produto. É um lance comportamental mesmo. Será que artistas como Marcelo Nova, que tem letras que criticam a igreja, a sociedade e os políticos ou o Lobão teriam aceitação hoje em dia? Os artistas que fazem sucesso hoje têm um padrão até de corte de cabelo e de apresentação. Agora, eu acho que não há mal que dure para sempre. O rock sempre vai ter uma identidade com a juventude, como ainda tem, no sentido de quebrar o conformismo. Estamos numa fase que tende alguma hora a uma revolução. As pessoas vão ficando cansadas dessa coisa previsível, desse tipo de artista que fala igual jogador de futebol. A minha geração, que foi os anos 80, foi incrível. Teve muita porcaria também, mas os grandes dessa época fizeram canções que fazem sentido até hoje e são cantadas por um público de qualquer idade. Tenho certeza que os “Eu quero tchu” da vida não passam de cinco anos. E talvez a intenção seja exatamente essa.

E por que a indústria não produz esse tipo de porcaria?
Na verdade, o rock e a música popular também sempre estiveram dentro da cultura de massa. Não é com isso querer dizer que rock seja artesanal. Apenas espero que no rock ainda tenha gente com coragem de remar contra a maré. Assim como os jogadores de futebol com personalidade forte brigavam com a diretoria quando tinha que brigar. Acho que o grande público também pode ter ouvidos para o artista que fala coisas que o establishment não quer ouvir.

Você ainda é filiado ao Partido Comunista? Já pensou ou pensa em ser candidato?
Sou filiado até hoje, mas não sou atuante. Tenho grandes amigos no PCdoB como Aldo Rebelo (ministro dos Esportes). Minha família tem muitas pessoas historicamente ligadas à esquerda. Eu fui fundador do PT, tive tios que morreram na Guerrilha do Araguaia. Cresci nesse caldo e fui vizinho do diretório do PCdoB na década de 1990. Eu acreditava naquele momento que valia a pena lutar pelo socialismo. Hoje estou muito desacreditado. Quando me filiei, eu pensava realmente que a ascensão do Lula criaria uma oportunidade de lutar por bandeiras que faziam parte dos ideais da esquerda, como a educação, a distribuição de renda, a ética etc. Teve uma grande pressão do PCdoB para que eu saísse candidato a vereador uma época em São Paulo, mas não me agradava a ideia de ajudar a “puxar” votos e depois falar para os eleitores que eu iria embora. Ajudei muitas campanhas na TV e tudo mais. Eu te digo que muita gente que está lá dentro pensa como eu, mas como estão inseridos na máquina precisam rezar a cartilha. Apesar de alguns fatos recentes que aconteceram no partido, tenho o PCdoB na conta de um dos poucos ainda realmente ideológicos. 

Você pensou em seguir outra profissão antes de mergulhar na música? O que você fazia antes do Ira?
Na década de 1970 eu prestei vestibular para Agronomia, mas acabei não cursando. Era uma faculdade particular e minha família não tinha grana para bancar. E a música começou cedo na minha vida. Também entrei no curso de História da USP, mas larguei na metade. Acho que era inevitável. Eu curtia rock desde o início da minha adolescência. Acho que a música que me escolheu. Se eu não fosse cantor, eu seria empresário de cantor (risos). Ganharia muito mais dinheiro.

Você já foi chamado de Wolverine Valadão por conta das costeletas. O visual realmente é inspirado no personagem?
Eu sempre usei costeleta, mesmo antes de saber quem era o personagem. Na década de 1990, começaram a me chamar de Wolverine. Achei legal. Agora não uso tanto porque elas estão grisalhas demais. Tinha uma revista da MTV que tinha um quadro chamado “Eu queria ser” e cada um se produzia de acordo com um personagem. O Samuel Rosa foi de John Lennon. Quando chegou a minha vez eu escolhi o Wolverine. No Rock Gol o apelido pegou de vez. O Wolverine é rock n roll pra caralho. É individualista, usa jaqueta de couro, anda de motocicleta, é brigão, bebe e fuma. O politicamente correto cortou tudo isso até porque ele ficou famoso com as crianças, mas no gibi original ele era assim. Estava sempre na mesa do bar. Por ter o poder de regeneração, ele pode beber e fumar à vontade. É uma maravilha.

Em uma entrevista célebre à Playboy, você disse que em sua carreira no Ira! já tinha ficado com mais de 1.200 mulheres. Como está essa contabilidade na carreira solo?
Agora eu já estou meio cansado e aprendendo a me comportar, mas posso dizer que ninguém curtiu a vida tanto quanto eu. Sempre fui solteiro e tive grandes romances. O fato de não ser casado me deu uma vantagem muito grande. Quanto ao número, na verdade nunca contei. Eu só falei essa bravata porque sabia que com ela eu ganharia a capa da Playboy. Minha assessora me alertou que o repórter faria essa pergunta. Acho que pensaram que eu ficaria numa saia justa, mas falei na lata que parei de contar depois de ter chegado a mil. O Paulo César Caju (ex-jogador de futebol) tinha falado isso uma vez. Era um teste para a 20P da Playboy que acabou virando o que eles chamam de “entrevistão” mesmo. Eu nunca contei com quantas mulheres eu fiquei, mas fiz mais de 2 mil shows nesses mais de 30 anos de carreira. Meu índice de aproveitamento na juventude foi muito alto. Teve noite que eu fiquei com duas, no outro dia eram mais duas. Hoje em dia eu estou meio que me aposentado, deixando a farra pros mais jovens.

Como são-paulino fanático, qual é seu sentimento em relação ao Corinthians?
Tenho grandes amigos corintianos. Sou muito amigo do Casagrande, fui parceiro do Sócrates num programa de TV do Kajuru. O mais bacana no futebol é a rivalidade, mas eu nunca misturo as coisas. Já briguei por causa de futebol, mas hoje não sou mais assim. Acho péssimo esse lance de torcida organizada. Briguei com um cara do Ira! que é palmeirense e veio me falar que torcia mesmo era contra o São Paulo. Mas a relação já estava ruim e foi uma desculpa que faltava pra brigar de vez. A gozação e a rivalidade têm de ficar dentro do limite do bom humor. Secar é tão legal quanto torcer a favor. Eu tenho um programa de rádio em São Paulo chamado Kiss Classic rock. O fato de ser são-paulino me permite criticar muito o time. Meto o pau na diretoria do clube quando vejo algo errado. Quero que seja um time bem administrado e com jogadores identificados e comprometidos. O fato de ser torcedor não me impede de falar a verdade sobre o time.

É comum ouvir que as drogas estimulam o poder de criação dos artistas. Você, que teve larga experiência nesse sentido, não acha que isso é algo superestimado?
Totalmente. Posso dizer que se a droga não fosse prazerosa ninguém usaria. Ela tem esse momento em que as pessoas acham que tiram de si ideias que não teriam se estivessem caretas, mas depois ficam prisioneiras. Quando eu usava, não conseguia me concentrar para gravar durante muito tempo. Eu fazia coisas que pareciam sensacionais e no outro dia eu via que eram uma grande porcaria. Então é totalmente superestimado. Existiu uma época do rock psicodélico nos anos 60 e 70 em que, assim como os artistas, o público também estava drogado. O artista estava drogado, o público tomando LSD, então valia qualquer coisa.

Você concorda que se as drogas tivessem mesmo todo esse poder de criação a Cracolândia seria um recanto de gênios?
Exatamente (gargalhadas). Excelente comparação. Seria uma escola de música fantástica. Seria só distribuir instrumentos musicais para os caras e seria uma maravilha (risos).

Nasi, muito obrigado pela entrevista.
Espera aí. Tem uma história do Ira! em Rio Verde que eu quero contar pra vocês. É uma história trágica. Acho que foi em 2000. Marcaram um show em Rio Verde e como não tinha voo para cá, fretaram um avião particular pequeno. Cabia umas sete pessoas mais o equipamento. Saímos de Congonhas e descemos aqui. Para nossa surpresa, não tinha ninguém nos esperando. Fiquei lá no aeroporto sem entender. Lembro que tinha umas imagens de turismo ecológico lá. Daí ligamos para o nosso produtor pra saber o que estava acontecendo. Foi então que descobrimos que o show era em Rio Verde do Mato Grosso! Como era um avião particular, falaram Rio Verde e o piloto tocou pra cá. Beleza, vamos pra lá então. Quando chegamos, descobrimos que a cidade não tinha aeroporto. O piloto falou pra gente: “Moçada, segura aí que eu vou pousar num pasto.” Neguinho saiu mijado de lá. Falamos com o dono da fazenda, que deixou o avião ficar lá. Fizemos o show e voltamos. Quando o avião subiu, o piloto teve que arremeter porque o altímetro não funcionava. É uma pecinha pequenininha que fala para piloto a altura do avião. O piloto desceu e viu que alguém tinha pregado um chiclete no altímetro. Acho que alguém queria que a gente fosse os Mamonas 2.

Carreira: Arrebentando em sampa

No jornalismo, no teatro ou na publicidade, carreira da rio-verdense Heide Guimarães em São Paulo deslancha em ritmo supersônico.
A rio-verdense Heide Guimarães é a mais nova apresentadora do No Break, um programa musical com clipes, notícias, entrevistas e curiosidades do canal Mix TV. Antes de encarar mais esse desafio profissional, essa super gata de 27 anos já fez de tudo um pouco. Formada em jornalismo pela Universidade Metodista de São Paulo, ela já se embrenhou nos caminhos do cinema, teatro e da publicidade.
Como modelo, a morena de sorriso iluminado já estrelou em rede nacional comerciais na TV de marcas como Chevrolet, Avon Internacional e Engov. Para ganhar mais desenvoltura diante das câmeras, fez aulas de teatro e acabou ganhando outra profissão: a de atriz. Ela se interessou pelo cinema, encarou o curso da diretora Fátima Toledo e já gravou alguns curtas-metragens. Visando centrar fogo na telona, ainda consegue achar tempo para fazer aulas com um preparador de elenco.

Caminhos
Antes de apresentar o No Break, Heide comandou durante quase seis anos o Espaço Mix, um programa cultural jovem, com reportagens descontraídas e irreverentes. Sem nunca perder o friozinho na barriga, entrevistou artistas consagrados do teatro, música, cinema e das artes plásticas. O trabalho rendeu visibilidade no meio artístico e ela se aventurou em inúmeras viagens e esportes radicais. 
Sempre determinada, ela começou a trabalhar ainda na faculdade de jornalismo. “Eu não queria começar depois de formada. Tinha vontade de aprender TV, praticar e colocar a mão na massa o quanto antes.” No primeiro ano do curso, foi fazer um trabalho no jornal O Estado de S. Paulo (Estadão) e saiu de lá como estagiária. Ali passou por todas as editorias e, ao longo de seis meses, teve a oportunidade de acompanhar o dia-a-dia da redação de um dos principais jornais impressos do País.

Logo depois conseguiu um estágio no Jornal da Metodista, veiculado num caba a cabo do ABC Paulista. Foi o primeiro jornal “de verdade”. Além de fazer reportagens, apresentava a previsão do tempo. “Aí o sotaque pegou.” Ela conta que chorou muito, mas decidiu ir à luta. Procurou ajuda de uma fonoaudióloga para perder o “R” puxado e o jeito goiano arrastado de falar. Comedora de arroz com pequi, ela consegue fazer o sotaque sumir quando a câmera é ligada, mas basta falar um pouquinho com a mãe e as amigas para voltar tudo. “O sotaque goiano faz parte de mim. É algo que não quero perder.”
“Nunca tive um Plano B”
Ainda no colegial, Heide já estava decidida e segura de que seu alvo era o jornalismo. Ela gravava no videocassete as matérias da TV e depois ficava analisando o texto e estudando a desenvoltura dos repórteres. Aos 16 anos, deixou a casa dos pais em Rio Verde para fazer cursinho em Ribeirão Preto (SP). Dali para a capital paulista foi um pulo.
“Foi um período muito difícil porque me dividia entre faculdade, trabalho na TV e teatro em São Paulo”, diz, relembrando o tempo longe da família e amigos. “Natal? Ano Novo? Passava na bancada, apresentando e produzindo matérias.” Para dar conta de tudo e não desistir do sonho, dormia apenas três horas por dia. De lá para cá, ainda foi repórter do programa “De mãe pra mãe”, veiculado na TV Bandeirantes.
Embora diga que seja cantora apenas “debaixo do chuveiro”, os amigos revelam que ela tem talento para o canto e o violão. Recentemente, ela descobriu os esportes radicais e o muay thai para ter fôlego de atleta. Perfeccionista incorrigível, afirma que o sacrifício valeu a pena. “Ganhei novo olhar, novas habilidades, novos sonhos.”

Culturama: O baiano mais hermano do mundo

A Parati toda cromada e com fotos de Maradona, Messi e do papa Francisco no vidro de trás já chamaria a atenção em qualquer lugar do planeta se fosse dirigida por um hermano, mas o dono do veículo não tem sobrenome argentino e responde simplesmente por Negão. Natural de Salvador, e radicado há 32 anos em Rio Verde, o comerciante José Carlos de Sousa, 48, ainda faz questão de andar com uniforme da Argentina e, em época de Copa do Mundo, utiliza toda a parafernália de som do carro para ouvir o hino dos nossos “queridos” vizinhos no volume máximo pelas ruas.
Neto de uma argentina que se casou com um brasileiro, Negão nunca se deixou empolgar pelo verde-amarelo da seleção brasileira. Na infância, enquanto os amigos torciam para clubes do Rio de Janeiro e São Paulo, ele idolatrava os jogadores do Boca Juniors, seu time do coração. Quando Maradona foi internado com problemas de saúde, Negão se virava de todas as formas para acompanhar os boletins médicos. “Foi antes da internet, então eu tive de comprar um aparelho que pegava rádios de Buenos Aires para saber os detalhes.” Hoje ele conta com um orgulho de quem é quase um parente que acompanhou de perto o sofrimento do craque que “Dom” Diego abandonou as drogas e se tornou o melhor técnico do futebol mundial.
Negão já esteve duas vezes no país vizinho para assistir jogos da seleção argentina e chegou a ver de perto uma das últimas partidas do seu maior ídolo com a camisa azul e branca. Além dos craques do futebol e do novo papa hermano, quer aproveitar a coroação da argentina Máxima Zorreguieta como rainha da Holanda para incrementar o vidro traseiro do seu carro com mais uma foto. Dono de uma loja de acessórios para carro, diz que mais cedo ou mais tarde vai realizar o sonho de se mudar de vez para a Argentina.


Ficha Técnica
Nome: José Carlos Sousa
Apelido: Negão
Um filme: Evita
Um cantor: Carlos Gardel
Um político: Cristina Kirchner
Uma bebida: vinhos argentinos
Uma cidade: Buenos Aires
Um time: Boca Juniors
Um estádio: La Bombonera
Um jogador: Maradona
Uma música: Não chores por mim, Argentina

Culturama: Livros

Roteiro Fotográfico
Tendo como tema principal os pontos históricos de Rio Verde, o fotógrafo Hugo Buarques apresenta em uma obra com mais de 140 fotos toda a riqueza cultural e natural da cidade. “Rio Verde, uma história fotográfica” é um passeio guiado pela natureza exuberante e pela arquitetura do município. Ao invés de simplesmente enumerar os pontos turísticos, o autor organizou um roteiro que leva o leitor a percorrer um caminho real e identificável, porém descompromissado pelas ruas. “Se ao final dessa viagem fotográfica o leitor conhecer um pouco mais sobre a história da cidade e se orgulhar por conhecê-la, teremos cumprido nosso objetivo.” Confiante no valor histórico do projeto, Hugo já partiu em busca de parcerias para colocar o livro no mercado.
Foto: Hugo Buarques

Memorial
A Academia Rio-verdense de Letras, Artes e Ofícios (Arlao) lança em julho o livro “Rio Verde Memorial III”, que reúne perfis de 45 personalidades locais consideradas importantes para o desenvolvimento social e cultural do município.

Nos caminhos da ficção
Autor de quase 20 livros sobre a história de Rio Verde e do Estado, o escritor Filadelfo Borges de Lima decidiu enveredar agora pelos caminhos da ficção. O jataiense radicado em Rio Verde lança este ano dois livros de contos. No primeiro, ainda sem título definido e em parceria com Alberto Rocco, ele narra relacionamentos pouco convencionais em estórias que deixam transparecer forte crítica aos costumes da sociedade. O segundo livro, também já editado, deverá se chamar “Se é que vale a pena.” 

Maldição palaciana
“Como é que um homem importante e famoso como Pedro Ludovico Teixeira, que construiu Goiânia e foi governador de Goiás, foi parar na cadeia? Gente assim não é presa à toa.” Tentar responder a essa pergunta foi o ponto de partida para o escritor jataiense Dorival Carvalho Mello escrever o livro “Barros – Maldição Palaciana no Sudoeste Goiano.” De posse de vasto acervo de documentos oficiais e jornais da época, ele narra o período de barbárie que antecedeu a Revolução de 1930 em Goiás. É um dos poucos livros a se aprofundar na identidade de Erckonwald de Rego Barros que, acobertado pelo manto de delegado regional concedido pelo governo de Brasil Caiado, comandou toda a sorte de crimes e torturas em Rio Verde, Jataí e Serranópolis na década de 1920. 

“O Estado de Goyaz, há mais de vinte annos, deixou de ser o Estado de Goyaz. Há mais de vinte annos que o Estado de Goyaz é uma grande senzala cheia de captivos. O povo goyano está, há mais de vinte annos, esperando um treze de maio. Todo mundo sabe também que o Estado de Goyaz é uma enorme fazenda cheia de colonos. E todo mundo sabe que o povo goyano vive trabalhando para o dono da fazenda.” (Trecho de matéria publicada pelo jornal Lavoura e Comércio, de Uberaba (MG), satirizando o governo da oligarquia dos Caiado).