Junior Friboi foi o maior doador individual das campanhas para presidente da República e para o governo de Goiás. O bilionário, que alega já ter doado dinheiro até para Barack Obama em 2008, anuncia agora disposição para bancar projeto pessoal de poder.
Se o empresário José Batista Junior trocasse hoje a administração da sua principal empresa pelo Governo de Goiás encontraria um orçamento cerca de quatro vezes menor do que o faturamento de 58 bilhões de reais da JBS-Friboi no ano passado. O magnata da carne, que nunca economizou folha de cheque em campanhas políticas, agora abrirá a carteira para um projeto particular de poder. Com a sua última aquisição, o PSB de Goiás, ele já declarou que é pré-candidato ao governo em 2014.
A tradição da multinacional nas campanhas políticas é manter um olho no peixe, outro no gato. Oficialmente, foi a maior doadora individual da presidente Dilma Rousseff no ano passado, com 10 milhões de reais, mas ajudou José Serra com outros 3 milhões. Na campanha à presidência dos EUA em 2008, contribuiu tanto com Barack Obama como com o concorrente John McCain. Em Goiás não foi diferente e só não recebeu dinheiro candidato que não quis. Além de ter destinado recursos para as campanhas de Marconi Perillo e de Iris Rezende, custeou projetos de dezenas de candidatos eleitos e não eleitos de quase todos os partidos para deputado estadual, federal e ao Senado.
A marca que Junior adotou como sobrenome tem sido um influente cartão de visitas na política. Ele é bem recebido onde quer que chegue com seu jatinho de 27 milhões de dólares. A combinação de dinheiro e poder, todavia, suscita gestos histriônicos. No início de 2011, fretou um avião para levar 16 deputados estaduais, empresários, auxiliares de governo, vereadores e deputados federais com destino a Salvador, onde todos prestigiariam a entrega de um título de cidadania ao governador Marconi Perillo. Junior chegaria mais tarde para a cerimônia a bordo do seu Legacy 600. Há alguns meses, se ofereceu para comprar 51% das ações da Celg e assumir tranquilamente um passivo de mais de 7 bilhões de reais. No período pré-eleitoral, disse a Marconi que aceitaria ser vice em sua chapa, desde que o chefe do Executivo renunciasse ao cargo para receber o poder de bandeja.
O primeiro passo para se firmar como candidato à sucessão de Marconi Perillo daqui a três anos será dado nas eleições municipais de 2012. Apesar da estreita relação que já manteve com o atual governador, a tendência é de aproximação com a base da presidente Dilma. Ele já sinalizou que apoiará a reeleição do prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT), e investirá na eleição de vereadores e prefeitos em 2012.
Nenhum comentário:
Postar um comentário