segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Culturama: O último Beatnik

O velho Joel Bueno que anda maltrapilho pelas ruas de Rio Verde tem três livros publicados e, segundo ele próprio, mais uns 20 na cabeça. Diz que faz poesia é na hora e que a virtude nasce da miséria. “Jesus Cristo era o rei da miséria.” Assim como os beats Allen Ginsberg e Jack Kerouac ou o francês Guy de Maupassant, passou parte da vida num entra e sai de clínicas psiquiátricas em um alucinado processo de criação e sofrimento. Garante que os loucos têm muito a ensinar e que vive no século 31. Aos 62 anos, diz que tem 10 mil poesias guardadas na cachola e ao alcance da língua. “É poesia instantânea. Cada dia eu escrevo um livro.” Explica que não dá bola para as aparências e que sua preocupação é unicamente o que chama de “ser superior eterno”. “Eu vivo da transmutação humana, nas eras holocênicas, entendeu?” 
Parado
Parado estou a pensar
Nas estapafúrdias reações carnais
Carnavais poluídos, mentes sanas e insanas
Semanas após semanas, 
mortalhas em caravanas
Ao meu lado o odor putrefato
O mau trato humano
O impacto

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