terça-feira, 7 de agosto de 2012

Motor: Um palácio sobre rodas

Imortalizado em filmes de Hollywood e, até 2003, carro oficial dos presidentes dos EUA, Lincoln Continental tem todos os itens de um carro de luxo moderno e 365 cavalos de potência.
O interior do Lincoln Continental Mark III já foi descrito pela crítica especializada como um cruzamento entre o cockpit de um jato, uma antiga casa na Inglaterra e a modernidade de Las Vegas. Dono de um modelo 1971, o empresário rio-verdense Fabiano Ferrari prefere comparar o carro a um “tapete voador.” Não é para menos. O imponente veículo de 5,5m de comprimento tem todos os itens de um carro de luxo moderno. Só que com muito mais estilo.
Além do ar-condicionado, direção hidráulica, vidros e banco do motorista com comandos elétricos, o gigante é equipado com o sistema eletrônico de freios Sure-Track - uma espécie de avô do ABS - e piloto automático. O porta-malas também tem acionamento elétrico e os faróis embutidos são ativados por meio de um sistema a vácuo.  O painel tem detalhes de madeira nobre e é composto por cinco mostradores quadrados de cantos quadrados, incluindo um relógio suíço Cartier. A grade frontal com aspecto de palácio greco-romano chama a atenção, mas a marca registrada da Lincoln é a tampa do porta-malas sugerindo esconder um estepe. Lançado por uma divisão da Ford Motor Company nos EUA, o top de linha da Lincoln foi imortalizado em vários filmes de Hollywood e, até 2003, era o carro oficial dos presidentes norte-americanos. Foi em um deles que, no dia 22 de novembro de 1963, John Kennedy foi assassinado.
Para mover suas mais de 2 toneladas, o Mark III esconde sob o longo capô um motor V8 de 7.5 litros, capaz de produzir uma força bruta de 365 cavalos de potência. Segundo Fabiano, economia de combustível não é o forte deste cupê de três marchas, que leva 8,3 segundos para ir de 0 a 100 km/h. Sem pisar fundo, ele consome um litro de gasolina a cada 3,5 km. Desde que descobriu o carro em um “cemitério” de Lincolns na Pennsylvania (EUA) há quase quatro anos, o empresário  rodou menos de 500 km. Avaliado em cerca de 130 mil reais, o veículo demorou seis meses para ser restaurado por Fabiano e seu pai e mantém 100% de originalidade, com destaque para o teto revestido em vinil, o mesmo que veio da fábrica 41 anos atrás. 

Culturama: As grandes pérolas do cinema nacional

Algumas frases de filme são tão marcantes que acabam se tornando bordões. E o cinema nacional está repleto delas. Selecionamos algumas que marcaram época e outras que entraram na lista pela originalidade. Se você adora cinema, vai se lembrar de muitas. Caso contrário, poderá se divertir com as falas mais espirituosas dos personagens brasileiros.
“É um americano espanhol meio chinês, que luta karatê.” 
Marina (Fernanda Torres). “Saneamento Básico - O Filme”
“Dadinho é o c%#$*! Meu nome agora é Zé Pequeno, p*&$!” 
Dadinho/Zé Pequeno (Douglas Silva). “Cidade de Deus - 2008”
“Você...você é o Pelé?!”
 “Não, eu sou o Jô Soares, sua piranha!” 
Pelé. “Os Trombadinhas - 1979”
“Quando vejo passeata contra a violência, parceiro, eu tenho vontade de sair metendo 
a porrada.” 
Capitão Nascimento (Wagner Moura). “Tropa de Elite - 2007”
“Dona Anete é um bípede, mamífero, possui o telencéfalo altamente desenvolvido e o polegar opositor. É, portanto, um ser humano.”
“Ilha das Flores - 1989”
“Eu dou-lhe um bofete na sua cabeça que tampo o buraco do seu furico com o osso do seu pescoço. “
Ojuara (Marcos Palmeira). “O homem que desafiou o diabo - 2007”
“Então, o filé mignon é a bunda, né?”
Nonato (João Miguel) “Estômago - 2007”
“Pobre nessa terra só tem validade quando pega nas armas pra mudar o destino.”
“Deus e o diabo na terra do sol - 1964”
“Às vezes a virtude pode ser apenas uma mera falta de opção.”
Perpétua (Marília Pêra). “Tieta do Agreste - 1996”

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Culturama: O padre maldito

Expulso da cidade pelos coronéis, primeiro vigário de Rio Verde rogou pragas que perseguiram seus inimigos até o túmulo.
Designado para tomar conta dos interesses da Igreja na Freguesia de Nossa Senhora das Dores do Rio Verde, em 1887, o padre Mariano Ignácio de Souza não foi recebido com festa pelos coronéis da época. Em um tempo em que os limites das fazendas eram marcados com sangue, ele comprou briga com os poderosos ao defender as propriedades da igreja e praticar um estilo de vida pouco convencional.
Vivendo ao mesmo tempo com duas mulheres que volta e meia se atracavam em público, logo teve de explicar sua situação para as autoridades eclesiásticas. O puxão de orelha resultou no licenciamento para que regesse a Paróquia de São Domingos do Araxá, em Minas. Segundo o livro Goiás*, era comum no sertão que um padre vivesse com uma mulher. A poligamia já era por conta do Padre Mariano. Conforme registrado no livro Rio Verde Histórico*, as mulheres do vigário eram “Sá” Joaquina e Ignês Pauliciana Ribeiro, ambas notórias por serem “extraordinariamente gordas e altas.”
 No dia em que partia para o “gancho” em Minas – uma jornada que duraria mais de 30 dias de estrada – um rico coronel chamado Souza preparou uma despedida cruel e sarcástica. Encomendou a seis de seus capangas uma salva de fogos e todo o tipo de afronta moral na porta de residência do pároco. Somente depois da insistência de um bondoso fazendeiro, o coronel encerrou a baixaria. Abatido e chorando sobre o dorso de um cavalo, antes da partida Padre Mariano rogou uma praga tremenda ao mandão: Souza morreria “varado de balas da cabeça aos pés.” Tempos mais tarde, depois de uma desavença na freguesia, o destino confirmou a maldição do padre. 
Depois de quase um ano afastado, Padre Mariano retornou a Rio Verde por força de uma Carta Imperial, que o distinguia como vigário colado. Foi recebido com o mesmo ódio dos coronéis, mas abraçado pelo povo mais simples. Formalista, mas dono de rompantes de nervosismo, escreveu uma carta de desabafo ao Bispo Dom Eduardo sobre a sua experiência. “Estou cansado do sertão, desanimado das lutas estéreis, onde não se tem menor garantia, nem espiritual, nem pessoal, nem social (...) Lugar disciplinado só para assassinos e valentões bafejados pela perfídia dos velhos capitães mores e sub-régulos responsáveis perante Deus pelas muitíssimas mortes de que foram autores e causadores. Pobre Freguesia, qual uma esposa adúltera rejeitada por todos os vigários que infelizmente ali vão esposá-la na boa fé da Freguesia rendosa (...), obstruindo os caminhos do Senhor!”
Padre Mariano foi sepultado no dia 23 de março de 1917 na Igreja São Sebastião, a primeira da cidade e cuja ordem de construção tinha sido dada por ele 10 anos antes de morrer. Em sua lápide está escrita a seguinte mensagem: “Nesta cova está apenas o seu corpo alquebrado pelos annos e pelos desenganos. A sua alma, esta está no coração das crianças pobres que ele amou.” (F.M.)

Fontes:
Rio Verde Histórico. Autor: Onaldo Campos
Goiás. Autor: Victor Coelho de Almeida.


Culturama: O último Beatnik

O velho Joel Bueno que anda maltrapilho pelas ruas de Rio Verde tem três livros publicados e, segundo ele próprio, mais uns 20 na cabeça. Diz que faz poesia é na hora e que a virtude nasce da miséria. “Jesus Cristo era o rei da miséria.” Assim como os beats Allen Ginsberg e Jack Kerouac ou o francês Guy de Maupassant, passou parte da vida num entra e sai de clínicas psiquiátricas em um alucinado processo de criação e sofrimento. Garante que os loucos têm muito a ensinar e que vive no século 31. Aos 62 anos, diz que tem 10 mil poesias guardadas na cachola e ao alcance da língua. “É poesia instantânea. Cada dia eu escrevo um livro.” Explica que não dá bola para as aparências e que sua preocupação é unicamente o que chama de “ser superior eterno”. “Eu vivo da transmutação humana, nas eras holocênicas, entendeu?” 
Parado
Parado estou a pensar
Nas estapafúrdias reações carnais
Carnavais poluídos, mentes sanas e insanas
Semanas após semanas, 
mortalhas em caravanas
Ao meu lado o odor putrefato
O mau trato humano
O impacto

Culturama: As gatas do rock

O Rock ‘n Roll sempre teve grandes gatas. Mulheres que, além de muita atitude e talento, sempre contaram com o atributo da beleza. A King selecionou para você algumas das roqueiras mais desejadas de todos os tempos.
Shirley Manson | Garbage
Esta ruiva é a prova viva de que uma cantora pode ser sexy sem usar uniforme de colegial ou compor músicas idiotas. A autora de Only Happy When It Rains foi modelo da Calvin Klein antes de entrar no mundo da música e recentemente interpretou uma empresária no seriado Terminator: The Sarah Connor Chronicles
Debbie Harry | Blondie
Considerada a personalidade mais cool dos anos 70 e 80, foi uma das mulheres mais copiadas do planeta. Antes do sucesso, foi coelhinha da Playboy nos EUA. No videoclipe de Heart of Glass, está a cara da Michelle Pfeiffer
Joan Jett | The Black hearts
Consagrada como uma das melhores guitarristas do planeta, é uma bad girl do Rock. Parte da sua história foi contada no filme The Runaways, sua primeira banda. Ficou famosa no início dos anos 80 com a música I Love Rock ’n Roll
Nina Persson | The Cardigans
A vocalista mostra todo seu jeitinho meigo na música Lovefool (aquela cujo refrão é “Love me, love me, say that you love me...”), thilha sonora do filme Romeu e Julieta
Michelle Phillips | The Mamas & The Papas
Hoje com 68 anos ela é o único membro vivo do The Mamas & The Papas, mas nos anos 60 era uma tremenda gata. É uma das autoras da lendária California Dreamin

KING’S PLAYLIST [GIRL POWER]: 1. Jefferson Airplane - Somebody to Love | 2. Blondie - The Tide is High | 3. Joan Jett - Bad Reputation | 4. Heart - Barracuda | 5. Kim Carnes - Bette Davis Eyes 6. The Pretenders - Back on The Chain Gang | 7. L7 - Pretend We’re Dead | 8. Janis Joplin - Me and Bobby McGee | 9. Wanda Jackson - Thunder on The Mountain

Ensaio: Iêda Machado

Ela tem pegada
Sensação do primeiro evento de MMA realizado em Rio Verde, Iêda Machado garante que seu golpe mais forte é o olhar e que o ponto fraco são homens mais velhos. A ring girl explica que é movida à música e que adora Beyoncé. Para manter o corpão, a morena malha 1h30 todos os dias.
Iêda é estudante de Administração, mas pretende migrar para a Educação Física. “É quase uma tendência natural para quem pratica musculação diariamente.”
Altura: 1,64m  |  Peso: 61 kg  |  Busto: 93 cm  |  Quadril: 98 cm  |  Cintura: 70 cm 
Fotos Priscila Quiste | Hugo Buarques 
Roupas Mariazinha Moda Praia e Ginástica
Acessórios Clube da Luta
Maquiagem Márcia Macêdo
Local Academia Lifeclub

Jogo do Poder: Anedotário Político KING


Se existe uma regra de ouro na política é negar os fatos até a morte. Por mais comprometedora que seja a situação, faz parte do ofício de um profissional do ramo ter sempre uma resposta na ponta da língua para explicar que tudo não passou de um grande engano ou de pura armação dos adversários. Seja pedindo a senha do cartão de crédito ou negociando propina com Carlinhos Cachoeira, as ligações perigosas de nossos ilustres representantes com o “empresário” do jogo do bicho trouxeram à tona declarações dignas do:
MACACO VELHO
“Na verdade, eu estava jogando verde”
Senador Demóstenes Torres (expulso do DEM).  
Explicando que, na realidade, andava desconfiado do envolvimento de Carlinhos com a jogatina.
“HEIN? O QUÊ?”
“Concordei por maneira de dizer, não estava nem entendendo”
Rubens Otoni, deputado federal do PT-GO.
Sobre o vídeo em que Cachoeira aparece oferecendo 100 mil reais ao deputado e insinua já ter contribuído com a mesma quantia em outro momento.
É BULLING
“Políticos são vítimas de Cachoeira”
Nilo Resende, deputado estadual do DEM-GO.
O parlamentar ainda aconselhou os colegas a “selecionar melhor” as amizades.”
MUAMBA DE MIAMI
“Encontrei Cachoeira no aeroporto e falei que a bateria do meu IPhone não durava nada. pedi que comprasse uma pra mim nos EUA, que é mais barato. Custou 40 dólares”
Sandes Júnior, deputado federal do PP-GO.
O SUPERSINCERO
“Sou amigão do Cachoeira mesmo” 
Carlos Alberto Lereia, deputado federal do PSDB-GO.
Gravações da Polícia Federal mostram o parlamentar pedindo a senha do cartão de crédito para Carlinhos Cachoeira.
“FOGÃO, Ê Ô”
“Cachoeira é botafoguense. Pode ter vindo daí esse conhecimento com o Túlio”
Túlio Maravilha, jogador de futebol e ex-vereador em Goiânia pelo PMDB. Do advogado de Túlio. “Envolvimento em negócios, esquemas, nunca houve”, complementou. Segundo matéria do jornal “O Globo”, o artilheiro procurou ajuda do contraventor e pode ter recebido 30 mil reais no ano passado. 


LOROTAS  DE  RODAPÉ: A  PINDAÍBA  DOS  POLÍTICOS
Muita gente ainda se engana achando que os políticos de carreira são donos de impérios fabulosos e vivem na mordomia. Assim como qualquer trabalhador brasileiro, deputados, senadores, governadores e até ex-presidentes da República também sofrem na pele os problemas do dia a dia, como o achatamento dos seus salários ou a falta de grana na hora de pagar o cartão de crédito. Analisando algumas declarações, é possível perceber a pindaíba escondida por trás de uma aparência enganosa:
“Eu não vivo do salário de senador, mas tenho pena daquele que é obrigado a viver 
com R$ 19 mil líquidos” 
Cyro Miranda, senador do PSDB de Goiás. A remuneração bruta de deputados e senadores é de R$ 26,7 mil, mas os parlamentares sofrem com a falta de correção anual dos vencimentos. 
“Lula tem uma casa bonita e aparelhagens ultramodernas e sofisticadas de som que na minha casa eu ainda não tive oportunidade de ter”
Fernando Collor de Melo. Revelando a origem humilde da sua família em Alagoas e o sonho de ganhar  um simples aparelho três-em-um.
“O político no Brasil é muito mal remunerado”
Ivo Cassol, senador do PP de Rondônia, que votou contra a proposta de acabar com o 14º e 15º salários da categoria.

Entrevista: Júnior Baiano


A opinião de uma lenda do Flamengo sobre frescura dos árbitros brasileiros, tesouras voadoras, brigas dentro de campo, mulheres, racismo, homossexualismo, Copa do Mundo e política.
Júnior Baiano nunca foi um craque, mas conseguiu se impor com raça dentro de campo em algumas das melhores equipes de futebol do mundo nos últimos 20 anos. Levado por Telê Santana ao profissional do Flamengo quando tinha 16 anos, estreou ao lado de Zico em uma época de ouro do futebol carioca. Em pouco tempo, o Maracanã passou a gritar em peso: O Baiano é mau. Pega um, pega geral. Nascia ali a tesoura voadora no futebol brasileiro, que se tornaria uma marca registrada do começo de carreira do zagueiro de 1,95 m. Aos 42 anos, e vivendo sua primeira experiência como técnico, Junior Baiano não renega o passado. “Na minha época, o futebol era de mais pegada mesmo. Hoje qualquer coisinha é falta”, afirmou o mais novo treinador do Santa Helena Esporte Clube, cuja missão é levar o time de volta para a primeira divisão do campeonato goiano. Em uma conversa no saguão do Lalupus Hotel com os editores Fernando Machado e Thiago Pereira, o ex-zagueiro da seleção brasileira, São Paulo, Palmeiras e com passagens pela Europa, Ásia e Estados Unidos provou que pode ser tão contundente com as palavras quanto era dentro de campo. 

King - Como é para um atleta acostumado a jogar nos maiores estádios do mundo começar a carreira de técnico em um time pequeno do interior?
Júnior Baiano - É o desafio de uma nova profissão. Antes eu era comandado, agora eu tomo a decisão. Eu não queria começar num lugar como São Paulo ou Rio, onde todo mundo me conhece e sabe dessa minha ideia de ser treinador.  Quando surgiu o convite da diretoria do Santa Helena, eu gostei do projeto e falei com outros atletas que tinham jogado aqui e só tive referências boas. Estou consciente de que não vai ter 70 mil pessoas no estádio, vai ter 2 mil ou até menos. 

Como você avalia o momento do futebol goiano em nível nacional?
O futebol goiano sempre foi forte, mas só tinha o Goiás. Hoje não. É um futebol que tem três equipes fortes no cenário nacional e pode ter mais. Só vai depender da organização dos times do interior.

Foi na sua passagem pelo Brasiliense que surgiu essa vontade de ser técnico?
A vontade já existia, mas aumentou. Eu vi tanta coisa que não deveria nunca existir no futebol que eu decidi virar treinador. Aprendi muito com o Telê Santana. Foi ele que me colocou no profissional do Flamengo, quando eu tinha 16 anos. Eu sempre tive de me adaptar e de evoluir. Agora não está sendo diferente.

Como era pra cabeça de um menino recém-chegado da Bahia de repente ouvir o Maracanã inteiro gritando “O Baiano é mau. Pega um, pega geral”? Isso incentivava as famosas “tesouras voadoras”?
Incentivava demais, claro. Quando a torcida do Flamengo gritava meu nome, eu corria mais, sentia a obrigação de fazer algo a mais. No meu primeiro jogo como profissional no Flamengo tinha 53 mil pessoas no Maracanã. Como flamenguista, era muito orgulho pra mim. A minha primeira passagem no Flamengo foi até os 23 anos, mas passei três vezes pela Gávea. Eu sempre ficava muito triste com algumas coisas que eu via acontecer no futebol do Rio e que jamais aconteceriam nos times de São Paulo, onde existe boa estrutura para trabalhar e profissionalismo. 

Você diria que, com a força que tem no futebol, o Flamengo estaria hoje à altura de um Barcelona caso tivesse mais organização?
Com toda a dimensão que o Flamengo tem no planeta, ele ainda peca no profissionalismo. Seria um Barcelona mesmo. É uma nação. Muita gente ainda não percebeu, mas o Flamengo não é diretoria nem ninguém, é a torcida. Uma torcida que foi criada na época do Zico, Junior, Andrade, Mozer...

Você jogou com todos eles. Quem foi o melhor?
Todo mundo tem um ídolo. Eu tenho três: Aldair, Leandro e Mozer. Sempre me espelhei nesses caras, mas o maior é o Zico. Eu, Marcelinho, Paulo Nunes, Djalma, Nélio, Piá, Marquinhos e uma turma inteira subimos juntos no Flamengo. Joguei com Zico, Leandro. O Mozer já tinha saído, mas joguei contra ele em um torneio na França. Joguei com o Zinho, Jorginho, Leonardo, Renato Gaúcho, o goleiro Gilmar. 

E como você conseguiu se firmar como titular de um time desses?
Na verdade, eu nunca fui de chegar forte na marcação. Só que os jogadores da minha posição eram muito clássicos, zagueiros muito técnicos. Eu vi que não teria oportunidade de ficasse na mesmice. Tive de mudar meu estilo de jogar, passei a chegar mais forte. Aí foi aquela fase que você falou, quando a torcida gritava “O Baiano é mau...”, e todo mundo falava que eu armava confusão. Eu não vou negar: teve uma fase que eu pegava geral mesmo (risos).
A fama de jogador violento fazia com que os juízes apitassem mais faltas só porque era o Junior Baiano?
Não. Acontecia de um juiz marcar errado, mas é normal. A imprensa que falava muito. Dificilmente eu era expulso, mas tinha aquela fama.

Você acha que se tivesse vencido a final contra a França essa fama de jogador temperamental teria sido apagada?
Nem eu quero que apague. Gosto das minhas fases. Isso nunca me incomodou. E a torcida gosta, tanto é que depois que eu fui pro São Paulo e voltei pro Flamengo, a o Maracanã gritou que o baiano era mau de novo. Até porque, naquela época, futebol era coisa para macho. Era mais pegado. Hoje, o futebol feminino está mais pegado do que o que está aí.

Quer dizer que virou coisa de mariquinha?
Cara, o futebol brasileiro está muito fantasioso. Os jogadores estão mais preocupados com a mídia que nem ligam mais para jogar bola. Eu falo isso porque tem muitos jogadores que eram tidos como craques no Brasil e lá fora não fizeram metade do que fazem aqui. É só no Brasil que o futebol é assim. Qualquer encostadinha o atacante já cai e falam que foi maldade. Lá fora, você pode entrar forte na bola. Não estou defendendo violência. Se o cara entrar pra machucar tem de ser expulso mesmo, mas você não pode punir só porque ele entra forte. O melhor futebol do mundo hoje é o europeu. O Brasil deveria se espelhar sempre no melhor. Os lances são mais fortes e os árbitros não marcam tanta falta quanto marcam aqui.

Na sua avaliação, o Neymar é tudo isso que a mídia anda falando? 
Aqui no Brasil, ele é. Se ele não sair do futebol brasileiro, vai jogar assim o resto da vida. A mídia exagera. O Robinho saiu daqui como se fosse o Pelé e não fez nada na Europa.

Acha que o zagueiro Junior Baiano levaria uma “lambreta” do Neymar hoje em dia?
Nem hoje nem nunca (risos). Poderia até me driblar, como é a coisa mais normal do mundo, mas “lambretinha” nem pensar. Eu não deixaria. Impossível.

Você teve muitas brigas famosas com o Edmundo. Fora de campo vocês também eram inimigos?
Com o Edmundo era diferente. É um cara que vem por trás e dá um soco na sua cara. Então, dentro de campo a gente brigava de verdade. Já tomei e já dei tapa na cara do Edmundo. Como eu e ele éramos muito jovens, muitas vezes a gente entrava naquela pilha da torcida. Fora de campo, a gente se cumprimentava educadamente, mas não saía para tomar uma cerveja. Hoje nós somos amigos. Em 1993 nós já começamos a fazer amizade. 

Você foi colega de jogadores que se tornaram grandes nomes da noite no Rio, como Renato Gaúcho e Romário. Você também caía na gandaia naquela época?
Mais ou menos. Eu sempre fui de sair pouco. De boate eu nunca gostei. Sabe como é, baiano chegando no Rio vai mais tranquilo. Sempre tomei minha cervejinha e curti meu axé com tranquilidade. Eu já saí com o Romário algumas vezes, mas nunca saí com o Renato Gaúcho. O Romário é um cara que começou a beber agora, depois que parou de jogar futebol. Ele bebia café e coca-cola e fumava o charuto dele a noite toda.

O que você sonhava em fazer quando começasse a ganhar muito dinheiro?
Meu pai também era jogador e sempre ganhou pouco, mas soube investir o dinheiro. Enquanto jogava, ele construiu a nossa casa e mais duas de aluguel para ter uma aposentadoria. Minha mãe sempre trabalhou e todo mundo arrumou emprego cedo. Nunca faltou nada. Eu fui trabalhar em uma loja de material esportivo bem novinho. Eu tive uma infância muito boa. A minha vida financeira começou a melhorar por volta de 1993. Só quis dar um pouco mais de conforto para a família. Nada excepcional.

Acha que se não tivesse seguido carreira no futebol estaria fazendo o quê hoje?
Não sei, mas a única coisa que me tira da linha é o axé. Gosto muito de música e mando bem na percussão. Eu não sei falar o que eu seria. 

Hoje em dia, a torcida pega muito no pé dos atletas gays. Tinha isso na sua época de jogador?
Eu nunca trabalhei com jogador gay. Se trabalhei, ele me enganou bem. Mas tem gay em todo lugar. No futebol é muito mais complicado o cara falar que é viado. Porque desde a época passada, é um negócio para homem, pras pessoas que vêm lá de baixo. Só que o esporte mudou. Não tenho nada contra isso. Tem jogador de vôlei assumindo que é homossexual, mas quem pega no pé é o torcedor, não são os outros atletas. Dentro do campo, é normal mandar o cara se foder, tomar no cu ou sei lá o que. Acabou o jogo, acabou. Tem que ser muito otário para ficar guardando aquela porra na cabeça o tempo todo.

É verdade que a G Magazine fez uma proposta para você posar pelado?
(Risos) Eu não estou sabendo disso. Mas se pagarem bem, a gente bota o bicho pro alto. Não teria o menor problema.
Existe racismo no futebol?
Não existe não, cara. Joguei na Alemanha e fui bem tratado pra caramba. Tem muita frescura nisso tudo. Se vem um argentino pra cá, a gente chama de gringo. Se vai um branco na Bahia, todo mundo chama de alemão. O negão o cara chama de negão. Então isso é frescura. Você sabe se o cara está chamando o outro de negão de sacanagem. Racismo existe no mundo todo, mas comigo nunca aconteceu. Se acontecesse, o cara estava ferrado. Eu não iria processar o cara. Eu mesmo me acertaria com ele. 

Você já parou pra pensar que, como ídolo de uma torcida como a do Flamengo, teria grandes chances de ser eleito vereador ou deputado?
Eu recebi um convite no ano passado para ser vereador no Rio. Não quis porque não é a minha. Sempre conquistei as coisas com o meu trabalho. De repente eu entro e acabo sendo usado. Eu penso muito na política, sei o quanto as pessoas precisam do poder público, mas tenho o meu trabalho.

Você acha que os estádios estarão prontos pra Copa do Mundo em 2014 no Brasil ou vamos passar vexame?
Vexame não passa porque o dinheiro aparece na hora certa. Um estádio que custaria 400 milhões passa a custar mais de 1 bilhão e fica tudo certo. Copa serve para encher o bolso de algumas pessoas. Quem faz Copa do Mundo não está preocupado se vai ter bons hospitais, com infraestrutura, educação, cultura, nada. O certo era pegar essa grana e investir na educação. Copa vai ser boa para turista passear e depois ir embora. 

Como enxerga esse momento da CBF pós Ricardo Teixeira?
Tanta gente criticou o Ricardo Teixeira, dizendo que ele ganhou muito dinheiro. Isso eu não sei. Se ele roubou ou não roubou, o problema é com a polícia. Eu só sei que a CBF é o que é hoje por causa dele. Ela nunca teve lucro antes, nunca fez tantos jogos. Depois dele, a seleção foi campeã mundial duas vezes e decidiu uma final. Acho que a CBF é grande mundialmente por causa dele.

Afinal, o que aconteceu com o Ronaldo na final contra a França?
Não sei falar se foi ataque epilético ou convulsão. Não sou médico, mas foi uma dessas coisas. Eu vi o cara se debatendo e babando. O grupo ficou preocupado. Todo mundo tocava a bola e olhava para ver se ele estava bem. Foi assim o jogo todo. Até ali, a seleção vinha bem e tinha todas as condições de ganhar o jogo. Queriam botar a culpa no Zagalo, inventaram um monte de mentiras. O erro não foi técnico, foi clínico. Se o médico autorizou, por que o técnico vai substituir? Foi o momento mais triste da minha carreira

Aeromodelismo: Esses homens e suas máquinas voadoras

Criado em 2010, clube reúne dezenas de aficionados todos os finais de semana em Rio Verde.

Se você contasse para um amigo que viu um avião parado na vertical a poucos centímetros do chão e ainda com o piloto do lado de fora, provavelmente seria chamado de mentiroso. No entanto, manobras e acrobacias que parecem impossíveis a um avião de verdade são perfeitamente realizáveis quando se trata de aeromodelismo. “É muita potência para pouco peso”, esclarece Pieter Bongers, presidente do Clube de Aeromodelismo Asas do Eldorado, em Rio Verde, apontando um modelo Extra 330, que tem 50 cc de potência e apenas 6 kg. Com cerca de 2,10m de envergadura, o brinquedo é capaz de cruzar os ares a quase 200 km/h.
Criado no final de 2010, a entidade já conta com sede própria e tem até pista de pouso. Longe dos fios elétricos e cercado apenas por uma grande plantação de soja na zona rural, o clube reúne dezenas de praticantes todos os finais de semana. Algumas réplicas de aviões clássicos chamam a atenção, como o Piper J3 - uma espécie de “Opalão” dos ares - pilotado pelo engenheiro agrônomo Milton Prearo. Membro do clube desde a criação, o médico Wendel Rodrigues possui nada menos do que três aeromodelos e seis helicópteros. Além, é claro, de um avião de verdade: um Kolby Flyer que volta e meia o leva ao litoral e a vários outros destinos. A paixão pela aviação foi herdada do pai, que era piloto profissional. Segundo ele, o aeromodelista tem uma experiência completa de aviação. “Tudo funciona como um avião de verdade.”
Embora esteja longe de ser considerado um esporte barato, o aeromodelismo tem conquistado um número cada vez maior de adeptos graças à possibilidade de adquirir peças e modelos prontos a preço de banana da China. Demora para chegar, mas sai bem mais em conta do que importar dos EUA ou comprar em lojas especializadas. Somado ao custo do rádio controle, um aeromodelo elétrico simples custa em torno de 1.200,00 reais. Aparelhos mais sofisticados, equipados com turbinas e trem de pouso, podem chegar a 30 mil reais. Para não jogar literalmente dinheiro pelos ares, o ideal é que o iniciante faça um treinamento com simuladores que podem ser baixados da internet antes de levantar voo. 

Especial: O talentoso João Ford


Inventor, aviador, engenheiro, boêmio e dono de temperamento imprevisível, paulista sacudiu a vida da cidade no século passado com suas proezas.


Voltando de uma pescaria em 1918, as rodas do Ford novinho em folha pilotado por João do Carmo Nascimento ficaram inutilizadas depois de bater num barranco em uma estrada de terra perto de Uberaba. Sem muita alternativa, João pegou um machado e se embrenhou no mato em busca de uma forquilha bem resistente. O problema era a falta de uma sustentação para que o eixo dianteiro ficasse no lugar certo. Ele encaixou as duas pontas do objeto em forma de “V” nas extremidades do eixo e fixou o pé num suporte pouco atrás do motor, prendeu com um pedaço de arame farpado retirado de uma cerca e pronto. O veículo estava em condições de seguir viagem*. 
O que João não imaginava era que a peça seria fotografada por concessionários da Ford em Uberaba e enviada para a fábrica em São Paulo, que logo tratou de informar a novidade para a matriz nos Estados Unidos. Pouco tempo depois, o inventor receberia uma carta escrita de próprio punho por ninguém menos do que Henry Ford. O dono da Ford Motor Company, conhecido mundialmente por revolucionar a fabricação de veículos com a criação das linhas de montagem, o congratulava pela invenção e informava que a peça já estava sendo utilizada na nova linha de carros Ford. João não pediu dinheiro, mas apenas o direito de adotar Ford como sobrenome. A partir de então, deixava de ser João do Carmo Nascimento para se tornar o lendário João Ford. O industrial norte-americano, que era um dos homens mais ricos do planeta, ainda enviaria de presente um relógio de ouro e um Ford modelo T, o mais cobiçado da época.

Inovador
Nascido em Ituverava (SP) em 1890, João ainda não tinha 12 anos quando começou a trabalhar como varredor de oficinas da Ford em São Paulo. Aos 29 anos, mudou-se para Rio Verde, onde abriu uma distribuidora da marca de carros que viraria seu sobrenome. Sempre à frente do seu tempo, chacoalhou a vida social do município com suas ideias e ações inovadoras para a cidadezinha do início do século passado que tinha pouco mais de 2 mil habitantes.
Além de dar manutenção na maioria dos veículos da cidade em sua revendedora e oficina, João Ford era apaixonado por aviões e cruzava os céus da cidade em modelos como Porterfiled e o clássico Piper Club, hoje um xodó dos colecionadores. Nos primórdios da aviação comercial do Brasil, encampou a fundação do Aeroclube de Rio Verde. Membro do Aero Clube do Brasil, obteve inclusive diploma de aviador internacional em 1941.
Sempre ávido por conhecimento, fez um curso por correspondência da norte-americana National Association of Correspondence School e conquistou os direitos profissionais de engenheiro. Construiu casas, pontes e abriu estradas, tendo sido um dos principais responsáveis pela instalação da rede de distribuição de água de Rio Verde. João Ford foi também um dos fundadores da primeira rádio difusora local. 
Irreverência
João Ford era casado com Itelva Massi Ford, uma filha de italianos que conquistou o coração do inventor com um belo par de olhos azuis. O local onde funcionava a oficina de João se transformou no Hotel Ford, hoje já desativado. Dona Itelva faleceu no ano passado aos 105 anos de idade. Filha única do casal, Dona Aparecida mora até hoje no mesmo local. As paredes e os móveis guardam fotografias e lembranças do pai, como documentos antigos e uma hélice de madeira do velho Piper Club.
Ela conta que o pai era um boêmio inveterado e não dava valor ao dinheiro. “Ele gostava mesmo era de beber com os amigos”, revela. João Ford era o melhor chaveiro da cidade e realizava serviços para empresas, órgãos públicos e particulares. “Quando os clientes perguntavam quanto tinha ficado o trabalho, costumava responder: ‘Deixa uma caixa de cerveja paga lá no bar que está ótimo’”, relembra com saudade. 
Certa vez, um gerente de um banco cometeu a gafe de trancar o cofre com as chaves do lado de dentro. A matriz explicou que demoraria vários dias para poder enviar um profissional para resolver o problema. A saída foi chamar João Ford, que foi encontrado bebendo com os amigos em um bar no centro da cidade conhecido como “boca maldita.” Em poucos minutos, o chaveiro experiente abrira com facilidade o cofre. Na hora do acerto é que ocorreu o problema. O gerente achou o preço muito “salgado.” Sem titubear, João Ford trancou a porta, jogou de volta a chave por debaixo da porta e voltou para a companhia dos amigos, deixando o funcionário do banco desconcertado. 

*Fonte: Rio Verde, Apontamentos para a sua história. Oscar Cunha Neto.

Jogo do Poder: "Sou ficha limpa"


Ex-presidente da Câmara de Rio Verde, Elecir Casagrande  quer provar que foi vítima de armação e promete não poupar ninguém de sua metralhadora giratória.


Investigado pela Polícia Federal em um esquema de fraude contra a Receita Federal, acusado de ter deixado dívidas de R$ 6 milhões na Câmara Municipal e com as contas da campanha para deputado estadual rejeitadas pela Justiça Eleitoral, o vereador Elecir Casagrande é taxativo: “Sou ficha limpa.” Ele afirma que está disposto a provar que foi vítima de armação e chegou a formalizar denúncia contra um cartório de Goiânia por ter reconhecido assinaturas que não seriam suas. As investigações da Polícia Federal ainda estão em fase de inquérito e são mantidas sob sigilo. “Até hoje não fui condenado em nada”, explica-se. 
Pré-candidato à reeleição pelo PP, Casagrande demonstra ter esperança de deixar a condição de suplente para assumir uma cadeira na Assembleia Legislativa. Antes disso, porém, precisa regularizar sua situação junto ao TRE. A prestação de contas da campanha foi rejeitada devido a gastos acima do declarado, informação de um cabo eleitoral com CPF inválido e pagamento de despesas com cheques sem fundo. 

Altos e baixos
Casagrande é a prova viva de que a política é feita de altos e baixos. Ele foi reeleito em 2008 com a maior votação de um candidato a vereador na história do município para, em seguida, sagrar-se presidente da Casa. Na campanha para deputado, contou com apoio dos evangélicos e subiu ao palanque tanto de Marconi Perillo (PSDB) quanto de Vanderlan Cardoso (PMDB), fazendo juras de amor a ambos os candidatos. Depois de sucessivos escândalos, acabou sendo isolado politicamente.
A perda de prestígio e o enfraquecimento político, segundo o próprio parlamentar, serviram para revelar a falsidade das amizades em um meio marcado por conchavos e armações. “Hoje eu sei quem é quem. Muitos são amigos apenas do poder.” Nas últimas sessões da Câmara, Casagrande já mostrou que não poupará ninguém de sua metralhadora giratória e prometeu denunciar os candidatos que pisarem na bola no período eleitoral.

Bebidas: Das telas para o seu copo


No cinema, tudo parece mais glamoroso. Inclusive as bebidas. A King selecionou para você alguns dos drinks mais cheios de estilo de Hollywood.


White Russian (O Grande Lebowski)
Um clássico dos irmãos Coen, o filme O Grande Lebowski transformou o drink de licor de café, vodca e creme de leite em uma bebida cult. O desempregado interpretado por Jeff Bridges bebe o White Russian até no café da manhã.
Modo de preparo: Bata 15 ml de creme de leite com 15 ml de leite integral em uma coqueteleira. Em um copo baixo com gelo, misture 40 ml de vodka com 20 ml de licor de café. Mexa. Despeje a mistura da coqueteleira com cuidado sobre a dorso de uma colher. Misture e beba.
Mojito (O Poderoso Chefão 2)
Apesar da família italiana, os drinks mais famosos do filme são cubanos: Mojito e Piña Colada. Os dois têm como base o rum; o primeiro com hortelã, limão e club soda e o segundo, com água de coco e abacaxi.
Ingredientes: 1 ½ parte de rum, folhas de hortelã, 1 colher de sopa de açúcar, água com gás ou Club Soda, suco de meio limão.
Modo de preparo: Macere as folhas de hortelã, o suco de limão e o açúcar. Coloque na coqueteleira com gelo e adicione o rum. Em um copo alto, com gelo e folhas de hortelã para decorar, coloque a bebida e complete com club soda ou água com gás.
Vesper Martini (007 - Cassino Royale)
Em um tenso jogo de pôquer, James Bond (Daniel Craig) pede ao barman um Dry Martini com “três doses de Gordon’s, uma de vodca, meia de Kina Lillet, batido e servido com gelo e uma raspa fina de casca de limão.” O espião ainda diz para uma bondgirl que, depois de experimentar a bebida, ela não vai querer outra coisa.
Ingredientes: 60 ml de gim, 20 ml de vodca, 10 ml de vermute extra seco.
Modo de preparo: Bater vigorosamente todos os ingredientes em uma coqueteleira com gelo em cubo e passar a mistura fazer coagem dupla em uma taça Martini de 
240 ml previamente resfriada. Decore com uma tira de casca de limão siciliano. 
Whisky Sour (O pecado mora ao lado)
“Senhorita Morris, sou perfeitamente capaz de preparar meu próprio café da manhã. Na verdade, comi um sanduíche de pasta de amendoim com dois whisky sours”, diz a atraente garota vivida por Marilyn Monroe na película de 1955. Para o lanche, basta passar manteiga e creme de amendoim em duas fatias de pão de fôrma. Já para os whisky sours, vale anotar a receita:
Ingredientes: 4 medidas de uísque; 4 medidas de suco de limão; 2 medidas de calda de açúcar; gelo; 2 rodelas de laranja; 2 cerejas em conserva.
Modo de preparo: Coloque gelo na coqueteleira. Acrescente o suco de limão, o uísque e a calda de açúcar. Agite bem. Despeje em dois copos de boca larga. Enfeite-os com rodela de laranja e cereja. Rendimento: 2 drinques. 

Culturama: A casa do major


A origem do sobrado que hoje abriga a Academia Rio-verdense de Letras, Artes e Ofícios e a Fundação Municipal de Cultura remonta o período de escravidão no final do século 19. Conta a história que Frederico Gonzaga Jayme, o “major” Frederico, comprou a obra inacabada para fundar a Casa Jayme no térreo e estabelecer residência no andar superior. Nascido aos pés da Serra dos Pireneus no dia 9 de agosto de 1873, ele deixou a cidade de Pirenópolis a cavalo para se instalar em Rio Verde com a esposa Muzarta Siqueira e um filho ainda pequeno. 
Herdeiro de um dos sobrenomes mais tradicionais da política goiana, Frederico foi deputado estadual por duas vezes e intendente do município até ser deposto pela Revolução de 30. Além da forte atuação política, ele exerceu também a medicina. Isto é, na falta de médicos “curava” os pacientes com base em livros sobre enfermidades. Utilizava plantas e produtos comercializados em sua própria loja. Considerado o patriarca da família Jayme – e mulherengo inveterado-  deixou aproximadamente 100 filhos, dentro e fora do casamento. Era coisa de família: o irmão, o ex-governador da Província Luis Gonzaga de Camargo Fleury, foi assassinado a facadas em 1921 por um marido traído quando era senador da República no Rio de Janeiro. O pai, João Gonzaga, teve inúmeros filhos com suas ex-escravas.
O casarão, onde Frederico e dona Muzarta criaram os filhos (ou parte deles), foi palco de grandes festas dançantes da cidade na primeira metade do século passado. Ali também funcionou a primeira loja maçônica da região, a “Estrella Rioverdense”, fundada em 1936. Depois de muitos anos de abandono, o prédio foi reformado em 2005 pela Prefeitura de Rio Verde sem muita preocupação com a preservação das características originais da estrutura. 

Culturama: Os 10 melhores começos de livros


Carlos Willian Leite
@revistabula – E-mail: carloswillian@uol.com.br

Pelo Twitter e Facebook perguntei a 35 convidados, de díspares perfis e tendências, quais eram os melhores inícios de livros que haviam lido. Cada participante poderia indicar até três começos inesquecíveis, de autores brasileiros ou estrangeiros de todas as épocas. A partir da lista dos convidados, elaborei minha lista pessoal. Discutível como todas as listas de melhores, esta também não pretende ser abrangente. E os livros citados aqui, bons ou ruins, trazem em comum o fato de ter me inspirado.
O Apanhador no Campo de Centeio 
(J.D. Salinger)
“Se querem mesmo ouvir o que aconteceu, a primeira coisa que vão querer saber é onde nasci, como passei a porcaria da minha infância, o que os meus pais faziam antes que eu nascesse, e toda essa lenga-lenga tipo David Copperfield, mas, para dizer a verdade, não estou com vontade de falar sobre isso. Em primeiro lugar, esse negócio me chateia e, além disso, meus pais teriam um troço se contasse qualquer coisa íntima sobre eles.
O Ventre
(Carlos Heitor Cony)
“Positivamente, meu irmão foi acima de tudo um torturado. Sua tor­tura seria interessante se eu a explo­rasse com critério — mas jamais me preocupei com problemas do espírito. Belo para mim é um bife com batatas fritas ou um par de coxas macias. Só creio naquilo que possa ser atingido pelo meu cuspe. O resto é cristianismo e pobreza de espírito.”
A Metamorfose
(Franz Kafka)
“Quando certa manhã Gregor Samsa acordou de sonhos intran­quilos, em sua cama meta­morfo­seado num inseto monstruoso. Estava dei­tado sobre suas costas duras como couraça e, ao levantar um pouco a cabeça, viu seu ventre abaulado, mar­rom, dividido por nervuras arqueadas, no topo de qual a coberta, prestes a deslizar de vez, ainda mal se sustinha. 
O Amanuense Belmiro
(Cyro dos Anjos)
“Ali pelo oitavo chope, chegamos à conclusão de que todos os problemas eram insolúveis. Florêncio propôs, então, um nono, argumentando que outro copo talvez trouxesse a solução geral. Éramos quatro ou cinco, em torno de pequena mesa de ferro, no bar do Parque. Alegre véspera de Natal! As mulatas iam e vinham, com requebros, sorrindo dengosamente para os soldados do Regimento de Cavalaria.
O Jardim do Diabo
(Luis Fernando Verissimo)

Me chame de Ismael e eu não atenderei. Meu nome é Estevão, ou coisa parecida. Como todos os homens, sou oitenta por cento água salgada, mas já desisti de puxar destas profundezas qualquer grande besta simbólica. Como a própria baleia, vivo de pequenos peixes da superfície, que pouco significam mas alimentam. 
 A Lua Vem da Ásia 
(Campos de Carvalho)

Aos 16 anos matei meu professor de lógica. Invocando a legítima defesa – e qual defesa seria mais legítima? – logrei ser absolvido por cinco votos a dois, e fui morar sob uma ponte do Sena, embora nunca tenha estado em Paris. Deixei crescer a barba em pen­samento, comprei um par de óculos para míope, e passava as noites espiando o céu estrelado, um cigarro entre os dedos. 
Dom Casmurro
(Machado de Assis)

Uma noite destas, vindo da cidade para o Engenho Novo, encontrei no trem da Central um rapaz aqui do bairro, que eu conheço de vista e de chapéu. Cumpri­men­tou-me, sentou-se ao pé de mim, falou da Lua e dos ministros, e aca­bou recitando-me versos. A viagem era curta, e os versos pode ser que não fossem inteiramente maus. 
Notas do Subsolo
(Fiódor Dostoiévski)
“Sou um homem doente... Sou mau. Não tenho atrativos. Acho que sofro do fígado. Aliás, não entendo bulhufas da minha doença e não sei com certeza o que é que me dói. Não me trato, nunca me tratei, embora respeite os médicos e a medicina. Além de tudo, sou supersticioso ao extremo; bem, o bastante para res­peitar a medicina.
Anna Kariênina
(Liev Tolstói)
“Todas as famílias felizes se parecem, cada família infeliz é infeliz à sua maneira. Tudo era confusão na casa dos Oblónski. A esposa ficara sabendo que o marido mantinha um caso com a ex-governanta francesa e lhe comunicara que não podia viver com ele sob o mesmo teto. Essa si­tuação já durava três dias e era um tormento para os cônjuges, para todos os familiares e para os criados.
Moby Dick
(Herman Melville)
“Chamem-me simplesmente Ismael. Aqui há uns anos não me peçam para ser mais preciso —, tendo-me dado conta de que o meu porta-moedas estava quase vazio, decidi voltar a navegar, ou seja, aventurar-me de novo pelas vastas planícies líquidas do Mundo. Achei que nada haveria de melhor para desopilar, quer dizer, para vencer a tristeza e regularizar a circulação sanguínea. 

Culturama: On the road again


Com nova formação e após uma guinada para o rock clássico, a lendária The Not Yet completa duas décadas de estrada reafirmando sua grande vocação: o palco.
Formada em Goiânia pelo guitarrista André Mols em 1992, a TNY (antiga The Not Yet Famous Blues Band) preparou para 2012 um retorno comemorativo com uma formação bem próxima da original. O ano passado marcou a primeira pausa da longa trajetória da banda.  A única baixa foi o baterista Wagner Calil, que retomou a carreira como piloto de aviões, mas foi substituído à altura por Fred Valle, primeiro baterista do grupo. O elenco conta também com o baixista Carlos Marx, que estudou com mestres como Marcelo Maia e Alex Solano no Rio de Janeiro. Após uma temporada de seis meses tocando na Austrália, André Mols promete retomar a grande vocação da TNY: o palco. 
No final do ano passado, os bluseiros gravaram dois de seus shows no Bolshoi Pub, e registraram o recorde de público na mais renomada casa de shows de Goiânia. O resultado será lançado este ano em DVD e, para completar, a banda está em fase final de pré-produção de seu oitavo CD de estúdio. Gradativamente, eles retomaram  a veia roqueira que, diga-se, é a sua raiz, bem ao estilos das grandes “Jam Bands” dos anos 70. Seus discos mais “blues” são os três primeiros. A partir do álbum “N.O.S.”, houve uma guinada irreversível para o rock clássico. 
Autor de todas as músicas da banda, André Mols - que é mestre em Estudos Literários e também atua como Relações Internacionais em projetos no Brasil e no exterior - lembra que a primeira fase da banda é inesquecível. Antes de se firmar como referência do blues-rock nacional e esgotar ingressos nas mais conceituadas casas de espetáculos de Brasíla, São Paulo e Florianópolis, o trio fez muitos shows em Brasília, Caldas Novas, Pirenópolis, Rio Verde e Jataí. A boa notícia para os amantes, maridos, esposas, órfãos e agregados do blues é que a TNY está pronta para pegar novamente a estrada.

KING’S PLAYLIST [POWER TRIOS]: 1. Rush - YYZ | 2. Jimi Hendrix Experience - Castles Made of Sand | 3. Stevie Ray Vaughan & Double Trouble - Little Wing | 4. The Police - Walking on the Moon | 5. Nirvana - Breed | 6. Cream - White Room | 7. ZZ Top - I'm Bad, I'm Nationwide | 8. Them Crooked Vultures - Elephants | 9. Motörhead - Ace of Spades

Ensaio: Nathalia & Camilla

Beleza em dose dupla
Olhando assim, não é difícil entender porque Zezé di Camargo e Luciano são fãs de carteirinha das moças. Elas também já subiram ao palco com Fernando e Sorocaba, Victor e Léo e a dupla Jorge e Mateus.
“Sou foda”
A versão de Nathalia e Camilla foi parar na internet e, em poucos dias, virou hit no Youtube. A brincadeira ainda ajudou a conquistar o público do Nordeste.
Para manter a forma, Nathalia malha duas horas por dia e gosta de correr. “O exercício é uma maneira de conservar o astral sempre pra cima.”
Camilla não consome álcool e evita refrigerantes. Tudo para manter a beleza da pele.

Fotos Priscila Quiste | Hugo Buarques      
Maquiagem Kaká Feld